segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

AGORA É A VEZ DO CHUCHU







As frutas e raízes do chuchu são componentes importantes da alimentação de muitas
comunidades latino-americanas. A sua diversidade é imensa. Nos Estados Unidos e no México ele é chamado de chayote, na Colômbia de cidrayota, no Peru de gayota, na Argentina de papa del ayre e cayota, nos países de língua francesa de christophine e mirliton e no Brasil de chuchu, xuxu e maxuxu. Estudos arqueológicos mostram que o cultivo de chuchu remonta aos tempos pré- colombianos no México, isto é, antes da descoberta da América por Cristovão Colombo. No Brasil consumimos o fruto do chuchuzeiro, carnoso, do tipo peponídeo, imaturo. Pertence à família das cucurbitáceas que engloba as abóboras, as buchas, os pepinos, as cabaças
e muitas outras hortaliças. As características da sua semente, muito tenra e frágil, exigem a proteção do fruto até o seu plantio. Esta característica dificultou o investimento em melhoramento genético do chuchu pelas empresas de semente. A seleção das melhores plantas para cada região vem sendo feita pelos próprios produtores no Brasil. A preocupação pela preservação e melhoria das características varietais é visível pelas técnicas utilizadas pelos produtores para evitar cruzamentos indesejados, a constante seleção das melhores plantas e frutas e a troca de material entre produtores. Chuchu tem denominação de origem. Dá para saber a sua origem pelas suas características. Chuchu de Amparo tem cor verde clara, é liso, o formato quase redondo, gomos pouco evidentes e a sua produção se estende de todo o ano, exceto nos meses de janeiro e fevereiro. Chuchu de Iguape tem cor verde brilhante, formato de pêra, apresenta espinhos na parte inferior, os gomos são bem evidentes e a sua produção se concentra nos meses de maio a novembro. Chuchu de Itapecerica
tem cor verde clara, formato alongado, gomos bem acentuados e a sua produção se concentra de dezembro a junho. A oferta de chuchu preto (verde escuro) está aumentando. A oferta do chuchu branco, o mini-chuchu, ainda vendido como exótico, também cresceu. O Entreposto Terminal de São Paulo da CEAGESP comercializa, por ano, 50.600 toneladas de chuchu, um volume equivalente a
58% da produção paulista de chuchu. O Estado de São Paulo produz por ano 100.000 toneladas de chuchu, em 2.000 hectares de plantio, distribuídos por 21 regiões agrícolas e 56 municípios. A produção está bem concentrada nas regiões agrícolas de Bragança Paulista, São Paulo e Registro. Em cada uma dessas regiões um município é o grande produtor: Amparo na Região Agrícola de Bragança, Iguape em Registro e São Paulo na Região Agrícola de São Paulo, concentram 77% da produção paulista. O chuchu é um ilustre desconhecido para a pesquisa agrícola brasileira. É muito difícil para o agricultor encontrar orientação técnica para a sua produção e pós-colheita. Entretanto, historicamente, na hora de explicar o aumento do custo de vida, o chuchu sempre leva a culpa. As normas de classificação de chuchu do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura fornecem aos produtores, atacadistas e varejistas uma linguagem única de caracterização do produto e a garantia de homogeneidade de tamanho, dentro de um padrão mínimo de qualidade: instrumento de modernização, transparência na comercialização e melhoria da rentabilidade.

José Robson Coringa Bezerra
Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças
Presidente do SINCAESP Sindicato dos Permissionários em
Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo

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